quarta-feira, 9 de junho de 2010

Escalas Musicais Parte 3


Bom dia meu povo, vamos falar um pouco mais sobre escalas; sem delongas, vamos direto ao assunto.
Começarei hoje com a escala cigana, que é uma forma de organização melódica que ficou conhecida por esse nome devido ao fato de ser muito utilizada pelos ciganos. Ainda é muito usada na música erudita, sendo muitos os que abordaram seus formatos, como Brahms e Liszt. Esta abordagem é característica do estilo de composição adotado pelos compositores do período romântico, que se inspiravam nas sonoridades próprias dos povos dos seus países ou das regiões de origem destes compositores - por isso também se afirma que o romantismo é um período nacionalista. Franz Liszt, cujo nome original, Férenc, denota sua nacionalidade húngara, tinha convivido com a tradição dos povos ciganos presentes em seu país natal, que lhe inspiraram com suas tradições culturais e musicais. Também como ele, o compositor Zoltan Kodály (também de nacionalidade húngara, como Liszt) se inspirou nas sonoridades da tradição cigana para realizar as suas criações musicais.
A escala cigana trata-se na verdade de uma escala menor harmônica (escala menor húngara) com uma alteração ascendente de um semitom no IV grau. Além da sonoridade cigana e húngara, esta escala pode ser considerada como parte da família de escalas com sonoridade bizantina e pode ser usada para improvisos em acordes menores com a sétima maior, Cm(Maj7), ou em acordes dominantes alterados. Veja os exemplos: 1. Partindo da tonalidade de Lá menor:
lá - sí - dó - ré# - mí - fá - sol#
2. Partindo da tonalidade de Sol menor:
sol - lá - síb - dó# - ré - míb - fá#

Não posso deixar de falar sobre a escala cromática.
A Escala cromática é uma escala utilizada para a indicação das cores. Na música é a escala que contém 12 notas com intervalos de semitons entre elas.
Chamamos de cromática a escala de 12 sons criada pelos ocidentais através do estudo das frequências sonoras. A escala é formada pelas 7 notas padrão da escala de Dó maior acrescidas dos 5 tons intermediários.
Para entendermos a escala cromática, podemos pegar o padrão da escala de dó maior e inserir os cinco sons existentes entre as notas que têm entre si o intervalo de um tom. No violão, basta seguir melodicamente casa por casa (semitom por semitom) até a 12 nota, a partir do que se repetirá a escala. No piano, tocamos todas as teclas (brancas e pretas, sem pular nenhuma) melodicamente. Esta escala serve de embasamento para alguns estilos musicais como a música SERIAL, ALEATÓRIA, DODECAFÔNICA e MICROTONAL. Exemplos:
A escala cromática possui um único formato, visto que utiliza os 12 sons da escala ocidental, portanto, nada influi (teoricamente) mudar a nota de início.
- Dó - Dó# - Ré - Ré# - Mi - Fá - Fá# - Sol - Sol# - Lá - Lá# - Si
No caso da escala ser descendente, costuma-se bemolizar as notas:
- Si - Sib - Lá - Láb - Sol - Solb - Fá - Mi - Mib - Ré - Réb - Dó

Bom, vou dar uma pincelada sobre o que são música serial, aleatória, dodecafônica e microtonal.
MÚSICA SERIAL ⇒ O serialismo é um método de composição musical no qual se utiliza uma ou várias séries como forma de organizar o material musical. A primeira forma de composição serial foi o dodecafonismo, sistematizado por Schoenberg no início da década de 1920. Neste sistema, a série era uma seqüência de 12 notas, usando o total cromático sem repetições. Na década de 1950, Pierre Boulez passou a usar séries também de durações, intensidades e tipos de ataques. Os dois tipos de serialismo são distingüidos pelo uso dos termos mais específicos: serialismo dodecafônico para o primeiro tipo, e serialismo integral para o segundo tipo. Por vezes também se usa simplesmente os termos dodecafonismo e serialismo - o que se presta a confusões por não levar em conta que o dodecafonismo é também serialismo. A diferença entre os dois sistemas está em que o serialismo integral, se baseia numa série para ordenar todos os parâmetros do som em uma peça. Desse modo, duração, timbre, altura e intensidade são, todos eles, definidos a partir de uma série, que pode ser representada por seqüências numéricas.
Para que se compreenda em que se baseia o serialismo integral, é necessário voltar, por um lado, ao dodecafonismo e, por outro, ao ambiente intelectual-musical parisiense logo após a Segunda Guerra Mundial.
No dodecafonismo, uma série para as doze notas da escala cromática é estabelecida preliminarmente à composição da peça — às vezes ela pode ser construída a partir de uma melodia criada pelo compositor, mas isso, além de ser menos comum, de certo modo oferece menos garantias em relação às possibilidades composicionais que ela pode oferecer.
De fato, a série é considerada um material pré-composicional e é ela quem vai servir para estruturar e dar coerência à peça, além de ser ela a garantia de que não se criará uma polarização em torno de alguma das notas. Este aspecto da técnica, em geral menos difundido, foi explicado por Anton Webern e é o que permite compreender a afirmação de Arnold Schönberg de que ele havia descoberto o método dodecafônico em lugar de tê-lo inventado. De maneira bastante resumida, a questão consiste no seguinte: segundo Webern, os compositores que trabalhavam com o chamado atonalismo livre, a partir de certo momento, começaram a perceber que a repetição de uma nota criava uma espécie de polarização em torno dela, o que poderia ser então evitado tocando todas as outras notas do total cromático antes de voltar àquela nota. Assim, conseguia-se compor com tonalidade suspensa.
Entretanto, faltava uma forma de dar coerência ao discurso musical atonal, uma vez que as relações tonais não mais existiam para dar direção e ordem ao material harmônico. Isso poderia ser conseguido submetendo a construção da peça a uma série de notas que, regendo a ordem de seu surgimento na obra, daria necessariamente coerência a ela. Lembrando que o artigo não é sobre dodecafonismo, talvez caiba ainda somente lembrar que, a partir disso, diversos procedimentos poderiam ser aplicados à série, aumentando a variedade de materiais à disposição do compositor. Alguns destes procedimentos, por exemplo, seriam: inversão, retrogradação e retrogradação da inversão da série, construção da peça a partir de motivos extraídos da própria série, etc. Vale lembrar também que a série não precisa necessariamente ser enunciada como uma melodia, uma nota após a outra. De fato, isso acontecia freqüência relativamente pequena, distribuindo-se as notas da série em oitavas e instrumentos diferentes.
Agora, o ambiente musical parisiense do pós-Segunda Guerra Mundial. Nessa época, um grupo de jovens compositores vinha frequentando as classes de Olivier Messiaen. Este compositor, interessado em procedimentos rítmicos de outras culturas, harmonia modal e modos de transposição limitada, cantos de pássaros e religião, afirmava que o ritmo era o principal elemento da música, utilizando-se de diversas relações numéricas, freqüentemente estabelecidas a partir de parâmetros não musicais ligados a suas preocupações religiosas e humanísticas, para estruturá-lo em suas peças. Embora não usasse propriamente séries para organizar seus complexos procedimentos rítmicos, Messiaen abriu o caminho para que compositores influenciados por sua obra, preocupados principalmente com a estruturação musical e fascinados pela clareza e coerência estrutural das obras de Webern, dessem o passo seguinte.
Pontos seguintes:
Webern e a melodia de timbres
Boulez
Stockhausen e a música eletrônica como forma de controlar serialmente o timbre.
Nos anos 1940, o francês Olivier Messiaen e o italiano Luigi Dallapiccola adotam a idéia, oriunda da matemática, da permutação que faz parte da série dodecafônica para determinar a seqüência ordenada de intensidade, duração e timbre dos sons. Essas séries servem de matriz para as composições. Daí nasce o serialismo integral, criado na "Escola Internacional de Verão" para a Música Nova de Darmstadt (Alemanha). Entre os compositores da escola, sobressaem-se o alemão Karlheinz Stockhausen, autor de "Kreuzspiel" e "Zeitmasse", e o francês Pierre Boulez, criador de "O Martelo sem Mestre" e "Improvisação Sobre Mallarmé".
A idéia do serialismo integral é aplicada posteriormente na música eletrônica. Atualmente, o serialismo se firmou como mais um método de composição à disposição dos músicos para produzir suas obras.

MÚSICA ALEATÓRIA ⇒ Música ou composição aleatória é um estilo de música que se desenvolveu no Século XX na qual alguns dos elementos da composição são deixados ao acaso. O termo foi inventado pelo compositor francês Pierre Boulez para descrever trabalhos a cujos executores eram dados certas liberdades com ressalvas para a ordem e repetição das partes da obra musical. A intenção de Boulez com o termo era distinguir seus trabalhos dos compostos por John Cage que se utilizava de operações improváveis para realizá-los. Uma prática lúdica de composição que pode ser considerada precursora das composições aleatórias era o "Musikalisches Würfelspiele", ou Jogo Musical de Dados, popular nos séculos XVIII e XIX e atribuído a Wolfgang Amadeus Mozart. O jogo consistia numa seqüência de compassos musicais que apresentavam, cada um, várias versões possíveis. A seqüência de execução dos compassos era definida por um procedimento de baseado no lançar de dados.
Música relacionada com a idéia aleatória pode ser encontrada nos trabalhos de John Cage que foi em partes inspirado em seu amigo Morton Feldman que fazia seus experimentos musicais por volta de 1950. Cage usou o I Ching na composição de sua música para introduzir um elemento de acaso sobre o qual ele não poderia ter controle algum. A primeira vez que ele usou este método foi em Music of Changes para piano solo em 1951, para determinar a seqüência de notas ou grupos de notas que deveriam ser usadas e o momento preciso de suas ocorrências.
Cage também utilizou técnicas de acaso em outros trabalhos, como Imaginary Landscape Nº 4 (1951), escrita para doze receptores de rádio. Cada rádio tinha dois dispositivos: um para o controle da freqüência sintonizada e outro para o volume. Cage escreveu instruções muito precisas sobre como os executores deveriam ajustar seus rádios e mudar com o tempo, mas ele não podia controlar o som provindo dos aparelhos - que dependia dos programas que estivessem passando no exato lugar e hora da performance. Uma outra obra de Cage, HPSCHD, também foi composta com técnicas de acaso - dessa vez, músicas do jogo de Mozart "Musikalisches Würfelspiel" citado acima. Outros compositores do gênero são Henry Brant, Witold Lutoslawski e Lukas Foss. Pode-se constatar na música "National Anthem" da banda inglesa Radiohead a utilização do conceito de música aleatória pois são sintonizadas rádios durante as performances, sem saber o que está tocando no momento (ás vezes esse fato é confundido pelo público com defeitos sonoros). O termo aleatório não é sempre empregado à música cujo compositor não mantém total controle sobre a obra. Nas peças onde certas decisões são deixadas para o executor, mas não são resultado do acaso, os termos música indeterminada ou aleatoriedade limitada são usados algumas vezes.

MÚSICA DODECAFÔNICA ⇒ O dodecafonismo (do grego dodeka: 'doze' e fonos: 'som') é um sistema de organização de alturas musicas criada na década de 1920 pelo compositor austríaco Arnold Schoenberg. No dodecafonismo as 12 notas da escala cromática são tratadas como equivalentes, ou seja, sujeitas a uma relação ordenada e não hierárquica. As notas são organizadas em grupos de doze notas denominados séries as quais podem ser usadas de quatro diferentes maneiras; 1) série original, 2) série retrógrada (a série original tocada de trás para frente), 3) série invertida (a série original com os intervalos invertidos) e 4) retrógrado da inversão (a série invertida tocada de trás para frente). Todo o material de alturas utilizado em uma composição dodecafonica, seja melódico (estruturas horizontais) quanto harmônico (estruturas verticais), deve ser originado com base na série. Como o esgotamento do sistema tonal no início do século XX os compositores buscaram maneiras alternativas de organização das notas musicais, posteriormente denominadas atonalismo, que não fossem baseadas na polarização de um eixo harmônico central como ocorre no tonalismo. Schoenberg compôs algumas peças desta maneira, porém, logo considerou o atonalismo demasiadamente sem regras. Construiu, então, um método para organizar os doze tons da escala cromática igualmente. Essa técnica foi apresentada como "sistema dos 12 tons", que logo ficou conhecida como dodecafonismo serial. Décadas depois, compositores como Pierre Boulez e Milton Babbitt ampliaram o conceito original e criaram o serialismo integral. Nesta variação da técnica todos os parâmetros musicais, como duração, timbre, altura e intensidade são ordenados segundo os princípios elaborados por Schoenberg. No Brasil, o dodecafonismo foi introduzido pelo compositor Hans Joachim Koellreutter. Foi amplamente utilizado no Brasil por diversos compositores como Guerra Peixe, Edino Krieger, Cláudio Santoro, José Penalva. O serialismo integral, por outro lado, foi objeto de estudo de Clodomiro Caspary em seu livro "Serialismo Integral - Parâmetros" além de ter sido utilizado em obras do referido compositor. Na música popular, um dos maiores nomes do estilo é o paranaense Arrigo Barnabé.

MÚSICA MICROTONAL ⇒ Música microtonal é a música que usa microtons — intervalos de menos do que um semitom, ou como Charles Ives declarou, as "notas entre as rachaduras" do piano.
O termo música microtonal refere-se a qualquer música cuja afinação não é baseada nos semitons com temperamento igual, tais como:
* Ocidental entonação justa
* Música indonésia música gamelan
* Música clássica indiana
Um termo alternativo cobrindo explicitamente tais possibilidades seria: música xen-harmônica. Escalas microtonais que são tocadas contiguamente são cromaticamente microtonais. Aquelas que não são tocadas contiguamente utilizam os diversos timbres contíguos como versões alternativas de intervalos maiores (Burns, 1999).
O compositor italiano do renascimento e teórico Nicola Vicentino (1511-1576) [1] experimentou com micro-intervalos e construiu, por exemplo, um teclado com 36 teclas para a oitava, conhecido como arquicímbalo. Contudo, os experimentos de Vicentino foram, em primeira instância, motivados por sua pesquisa (como ele a via) no antigo tipo de música grego chamado de genus, e por seu desejo de contar com intervalos acusticamente puros dentro de composições cromáticas. Quando experimentava com seu violino em 1895, Julián Carrillo(1875-1965)[2] descobriu a décima-sexta parte de um tom, ou seja, dezesseis sons nitidamente diferentes entre os tons Sol e Lá, emitidos pela quarta corda do violino. Ele designou sua descoberta como “Sonido 13” (o décimo-terceiro som). Julián Carrillo reformulou as teorias e a física da música. Ele inventou uma notação musical numérica simples, que pode representar escalas baseadas em qualquer divisão da oitava, como terças, quartas, quintas, sextas, sétimas e assim por diante (mesmo que Carrillo tenha escrito, a maior parte do tempo, para quartas, oitavas e décima-sextas combinadas, a notação é capaz de representar qualquer subdivisão imaginável). Ele inventou instrumentos musicais novos, e adaptou outros para produzir microintervalos. Compôs uma extensa quantidade de música microtonal e gravou cerca de 30 de suas composições. Alguns compositores ocidentes abraçaram o uso das escalas microtonais, dividindo uma oitava em 19, 24, 31, 53, 72, 88 tons iguais e até em escalas de partições de tons, além da mais comum de 12. Os intervalos entre os tons podem ser iguais, criando um ‘’temperamento igual’’, ou diferentes, como no sistema entonação justa ou temperamento linear. A banda norte-americana de hardcore punk Black Flag (1976-86) fez uso de intervalos microtonais, através do guitarrista Greg Ginn, um apaixonado pelo free jazz e também conhecedor de música clássica moderna. (Durante o ponto alto da banda, no final da década de 1970 e início dos anos 80, muito antes de o punk estadunidense fosse dominante, a banda foi considerada, não injustificadamente, um grupo de rua hostil, apesar de que o tempo reconheceu seu trabalho com um considerável sucesso). Uma canção que vale a pena é “Damaged II”, do LP de 1981 “Damaged” – uma gravação ao vivo, em estúdio, o uso intencional de quartas e oitavas sugere um guitarra em perigo de explodir. Outra canção é “Police Story”, da qual a maioria das versões acaba em uma cadência tocada em tons de quarta exatos, com efeito similar. Outros artistas do rock que utilizam a microtonalidade em suas obras são Glenn Branca (que criou muitas obras sinfônicas para conjuntos de guitarras elétricas afinadas de forma microtonal) e Jon e Brad Catler (que tocam guitarra elétrica microtonal e guitarra-baixo elétrica). A banda norte-americana Zia, fundada pela compositora Elaine Walker lançou alguns álbuns de rock parcialmente microtonais desde o início dos anos 1990. Seus trabalhos incluem o uso da escala de Bohlen-Pierce.

Bom galera, é isso aew... Espero que tenham gostado... Fui...

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