quinta-feira, 10 de junho de 2010

Modos Gregos - Harmonia Modal

A matéria toda se divide em três partes:

* O que são os Modos Gregos?
* Sobre a sonoridade dos Modos Gregos
* Dicas de como criar HARMONIAS

Vamos começar com o que são os modos gregos, visto que já dei uma pincelada na parte 6 do assunto escalas musicais, fica mais fácil assimilar. Mas, afinal, o que são os Modos Gregos? Bom, a Harmonia Modal é um tipo de harmonia dentre as demais que existem – a Tradicional e a Funcional.
A Harmonia Modal, como o próprio nome já diz, é baseada nos Modos Gregos.
Existem 7 modos no campo harmônico Modal, como foi dito na parte 5 de escalas musicais:
I – Jônio (ou também chamado “Maior”)
II – Dórico
III – Frígio
IV – Lídio
V – Mixolídio
VI – Eólio (ou também chamado “Menor”)
VII – Lócrio
Obs.: Cada Modo é equivalente a 1 grau, grau este representado por algarismos romanos.
Os graus nada mais são do que os intervalos. Ex.: O primeiro grau é a tônica, o quinto grau é a quinta, o oitavo grau é a oitava.
A soma desses 7 graus existentes (a oitava nada mais é do que a tônica) formas a escala.
As escalas desses respectivos graus são:
I – Jônio
G – – – – – – – – – – – – – – – 2 – – 4 – –|
D – – – – – – – – 2 – 3 – – 5 – – – – – – –|
A – – 3 – – 5 – – – – – – – – – – – – – – –|
E – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –|
Observe: Comece a tocar a escala Jônio (ex.: C Jônio), começando pelo dó (I Grau).
Agora, comece a tocar a escala de dó Jônio começando pelo II grau (dórico). Depois comece a tocar a escala de dó Jônio começando pelo grau III, em seguida pelo grau IV, V, VI, e por último, o VII. Para ilustrar melhor:
COMEÇANDO A ESCALA DE DÓ MAIOR PELO I GRAU (JÔNIO)

G – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –|
D – – – – – – – – – – – – – – – – 2 – – 4 – –|
A – – – – – – – – 2 – 3 – – 5 – – – – – – – –|
E – – 3 – – 5 – – – – – – – – – – – – – – – –|

COMEÇANDO A ESCALA DE DÓ MAIOR PELO II GRAU (DÓRICO)

G – – – – – – – – – – – – – – 2 – – 4 – 5 – –|
D – – – – – – 2 – 3 – – 5 – – – – – – – – – –|
A – – – 5 – – – – – – – – – – – – – – – – – –|
E – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –|

COMEÇANDO A ESCALA DE DÓ MAIOR PELO III GRAU (FRÍGIO)

G – – – – – – – – – – 2 – – 4 – 5 – – 7 – –|
D – – 2 – 3 – – 5 – – – – – – – – – – – – –|
A – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –|
E – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –|

COMEÇANDO A ESCALA DE DÓ MAIOR PELO IV GRAU (LÍDIO)

G – – – – – – – – – 2 – – 4 – 5 – – 7 – – 9 – –|
D – – – 3 – – 5 – – – – – – – – – – – – – – – –|
A – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –|
E – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –|

Entendeu? Faça o mesmo esquema com os graus restantes.
Por que tudo isso? Compare essas digitações que você acabou de fazer com aquelas escalas logo no início desta postagem, ou seja, a escala jônio, dórico, frígio, lídio, mixolídio, eólio e lócrio. Percebeu? São as mesmas notas só que jogadas em regiões mais confortáveis do braço. Então, OBEDECENDO A UMA HARMONIA JÁ EXISTENTE, ONDE O TOM ESTIPULADO PELO COMPOSITOR É APENAS UM, (ou seja, não há mudança de tom no meio nem empréstimo modal nem nada... não vamos entrar nesse mérito) não é bom pensar assim, pois as notas são iguais. Você só tende a se confundir mais ainda. Devemos marcar os modos gregos como tonalidades que podem ser mudadas durante a música, para criar uma mudança de clima.
Conclusão: Se você começar a tocar a escala de Dó maior (jônio), por exemplo, a partir do II grau, na própria escala maior, e depois tocar a escala de Ré Dórico, você vai perceber que as notas são iguais! Então concluímos o quê? Que todos esses modos gregos são oriundos da escala mãe Jônio (escala maior). Logicamente é assim, pois tal escala é o primeiro grau de todos. Talvez você esteja se perguntando: - Se as notas são as mesmas, então pra quê essa palhaçada toda? Simples! Para você perceber algumas coisas:

1 – Dó Jônio = Ré Dórico = Mi Frígio = Fá Lídio = Sol Mixolídio = Si Lócrio. Isso tendo como exemplo base, uma progressão de acordes, onde a tonalidade é DÓ MAIOR, nesse caso.
Tem muitos doutrinadores que fazem uma tremenda burrada ensinando por esse modo mais complicado, entupindo o aprendiz músico, como eu, com inúmeras escalas e teorias complicadas. Se pedirem para você criar algum arranjo ou solo em cima de uma base como esta: C7M Dm7 Em7 O TOM DESSA BASE É DÓ (C MAIOR). Para que raios você vai aplicar uma escala diferente em cada acorde tocado? É idiotice aplicar dó jônio no acorde C, ré dórico no acorde D, mi frígio no acorde E. É idiotice, pois no final das contas, você vai estar tocando as mesmas notas da escala de Dó Jônio!

2 - Cada escala tem uma sonoridade diferente. Então, podemos criar uma música em tom jônio, ou em tom dórico, ou em tom frígio, ou em tom lídio, e etc. EXISTE TOM EM LÍDIO? PENSEI QUE SÓ EXISTISSEM OS TONS MAIORES (JÔNIO) E OS MENORES (EÓLIO).
Resposta: SIM! A grande sacada está em você aprender a diferenciar a sonoridade de cada escala. Por exemplo: o jônio é uma escala alegre, feliz. Sabem o refrão da música Carry On do Angra? Então, aquele refrão é em tom jônio. Outro exemplo: a música do filme "Tubarão" é em frígio, pois tal modo é caracterizado por ter uma sonoridade sombria, com tensão, entendem?
Pensem em cada Modo como um tom diferente. É muito comum a mudança de tom durante as músicas. No jazz, por exemplo, é comum mudar de tom a cada acorde. Isso proporciona uma harmonia muito bem trabalhada e sonoricamente maravilhosa (LOGICAMENTE QUE TEMOS QUE USAR O NOSSO BOM SENSO...) proporcionando a música um solo muito rico.

3 – É muito complicado dizer o modo de um trecho musical. Por exemplo, um verso ou um refrão. A dica é aprender a diferenciar a sonoridade de cada modo. Se treinarem isso, depois de um tempo, só de ouvir a música, ou trecho, vocês poderão dizer qual é o modo utilizado pelo(s) músico(s). (Se for harmonia modal é claro).

VALE A PENA RESSALTAR QUE DEVEMOS SEMPRE USAR O NOSSO BOM SENSO! NÃO VÃO, POR EXEMPLO, CRIAR UMA MÚSICA COM UMA SONORIDADE ALEGRE E FELIZ E LOGO NO REFRÃO JOGAREM UM FRÍGIO, QUE É UM MODO COM MUITA TENSÃO, FRIEZA, POIS NÃO VAI FICAR MUITO LEGAL.

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