quarta-feira, 9 de junho de 2010

Escalas Musicais Parte 5


Bom, continuando com o estudo sobre escalas, vamos agora para a escala exôtica. Em música, chamam-se escalas exóticas as escalas musicais que não obedecem à formação normal das escalas pentatônicas, diatônicas e cromáticas. Em geral são escalas microtonais, escalas diatônicas com alterações em um ou mais graus ou escalas produzidas artificialmente.
Alguns exemplos de escala exôtica são:
* Escala Hexafônica (tons inteiros)
* Escala Cigana
* Escala Árabe
* Escala Nordestina
* Lídio b7
Já falei sobre a escala hexafônica e escala árabe na parte 1, a escala cigana na parte 3, e, nesta parte 5 do estudo sobre escalas estarei falando sobre as escalas maiores, nordestina e lídio b7.

Em música, escala maior é uma escala diatônica de sete notas em modo maior, um dos modos musicais utilizados atualmente na música tonal. A sequência de tons e semitons dessa escala obedece à seguinte ordem:

Tom - Tom - Semitom - Tom - Tom - Tom - Semitom

A partir da escala maior é que são formados os acordes maiores. A escala fundamental do modo maior é a escala de Dó maior, uma vez que a relação de intervalos desse modo pode ser obtida nesta escala sem a necessiade de nenhuma alteração de altura. Veja na figura abaixo as notas dessa escala e sua seqüencia de intervalos na sequëncia de intervalos:


Para formar escalas maiores iniciadas por outra nota é necessário acrescentar alterações de altura a algumas notas, a fim de manter a mesma seqüencia de intervalos. Em uma escala de Sol maior, por exemplo, para seguir estes intervalos, as notas serão:


A nota fá não pode ser utilizada nesta seqüência pois o intervalo entre mi e fá é de um semitom e entre fá e sol é de um tom. Para que a escala obedeça à ordem dos intervalos é preciso aumentar a nota fá em meio tom e torná-la um fá sustenido (fá#). Em outras escalas, para manter a relação de i ntervalos, é necessário reduzir a altura de algumas notas em meio tom (bemol). O ciclo das quintas define a ordem em que os sustenidos ou bemois são adicionados às escalas. E voltarei a falar um pouco sobre a escala menor harmônica, só agora um pouco mais detalhado.

Escala Menor Harmônica, na música, é uma escala musical com 7 notas e possui uma sonoridade árabe. Outros nomes em outras línguas: harmonic minor, mohammedan, Mela Kiravani. Exemplo:
dó menor harmônico : C D Eb F G Ab B
dó menor natural : C D Eb F G Ab Bb
A escala menor harmônica pode ser considerada como uma escala derivada da escala menor (natural). Para formá-la basta trocar o grau da sétima menor (b7) pela sétima maior (7+). O campo harmônico - conjunto de acordes formados por terças sobrepostas em cada grau da escala - desta escala pode ser exemplificado assim:


Repare que no quinto grau (V) da escala temos a formação de um acorde dominante com sétima(G7). Isto é importante pois na harmonia tradicional não conseguimos formar este acorde na escala menor natural e sim um acorde do tipo Gm7. A importância do acorde dominante é que ele forma uma cadência mais forte e mais tradicional para o acorde do Centro Tonal, que no caso seria Cm. É por isso que no nome da escala encontramos o harmônica e muitos músicos usam essa escala pra improvisar nas passagens tensas (onde ocorre o acorde dominante) de uma música em tom menor e depois voltam para a escala menor natural:



Vamos lá pra escala nordestina agora; escala nordestina é uma denominação popular para alguns tipos de escalas musicais comuns nos estilos musicais da Região Nordeste do Brasil. Visto que não se conhecem outras referências ao termo, na prática, ele pode representar três escalas distintas, duas modais em seu formato moderno e uma exótica. Na grande maioria dos casos, ao usar o termo escala nordestina, busca-se caracterizar o modo mixolídio. Algumas exceções aplicam tal denominação ao modo dórico (que pode ser visto, nos estilos nordestinos, como uma forma menor da escala mixolídia) ou ainda, a escala conhecida como Lídio b7 (pronuncia-se lídio bemol 7, ou lídio bemol, ou mesmo lídio com sétima menor), sendo que qualquer uma das referências está correta (por tratar-se de formas populares para designar tais escalas).
MIXOLÍDIO:
Altamente empregado na música nordestina, o modo é comum no baião, nos frevos, e em diversos outros estilos desta região.
Exemplo de escala mixolídia:


Exemplo de melodia em mixolídio moderno:


DÓRICO:
O dórico caracteriza-se por ser um modo cuja tônica forma um acorde menor com sétima menor, por este motivo, popularmente, este modo pode ser visto como um "mixolídio menor".
Exemplo de escala no modo dórico:


LÍDIO b7:
Uma escala exótica formada através do modo lídio, onde diminui-se a sensível em um semitom formando a partir da sétima maior original, uma sétima menor. Este sistema é pouco aplicado na prática mas vem ganhando destaque especialmente com os guitarristas atuais da região (que parecem usar bem a forma). Aparentemente, a determinação "lídio com sétima bemol" é uma classificação oriunda do jazz ou da bossa-nova pouco comum nos métodos musicais brasileiros.
Exemplo de escala em lídio b7:


Exemplo de melodia em lídio b7:


E, pra finalizar por hoje, vamos a Lídio b7.

A escala musical conhecida como lídio b7 (pronuncia-se lídio bemol 7, ou lídio com sétima menor ou ainda lídio com sétima bemol), é uma maneira de organização melódica dos sons. Também chamada popularmente de escala nordestina, a lídio b7 deriva do modo lídio e possui alteração descendente de um semitom no sétimo grau (sensível). Sua formação intervalar é a seguinte:
- T - T - T - st - T - T - st - T (onde T = tom e st = semitom)
Exemplos
1. Partindo da tônica dó (dó lídio b7):

* dó - ré - mí - fá# - sol - lá - síb

2. Partindo da tônica sol (sol lídio b7):

* sol - lá - sí - dó# - ré - mí - fá

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