quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sonoridade dos Modos Gregos


Bom, vou dizer bem “a grosso modo” qual é o tipo de sonoridade de cada modo:
Jônio: Possui uma sonoridade feliz, alegre.
Dórico: É muito utilizado em Black Music e Funk.
Frígio: Possui uma sonoridade tensa, sombria.
Lídio: Possui uma sonoridade onde ambienta um clima de vitória. (A música do SENNA na rede globo é em modo lídio.)
Mixolídio: Muito utilizado em Black Music (principalmente em Blues), assim como o dórico.
Eólio: Muitíssimo usado em músicas do Iron Maiden. Podemos dizer que tal sonoridade é mais seria; mas não chega a ser sombria como o frígio.
Lócrio: Possui uma sonoridade meio maluca e psicodélica. A música MASCARA da Pitty é em tom lócrio. Mas, porque que tais modos possuem tais sonoridades?
* No jônio, o que dá tal sonoridade a esse modo grego, é o fato de ter a sétima e a sexta maior.
* No frígio, é o fato de tal modo ter a segunda bemol.
* No lídio, é o fato de ter a quarta aumentada e a quinta justa.
* No mixolídio, é o fato de ter a sétima menor (é um modo MAIOR, pois possui a terça maior, porém, possui a sétima menor).
* No eólio, se compararmos com o frígio, possui a segunda maior e a sexta e sétima menores. É isso que proporciona tal sonoridade a esse modo.
* No lócrio, o que dá tal sonoridade a esse modo, é o fato dele ter a segunda bemol e a quinta bemol. Se compararmos tal modo com o frígio, notamos que este possui a segunda bemol e a quinta justa; enquanto àquele possui a segunda bemol e a quinta bemol.

Dicas de como criar HARMONIAS para aplicar os modos gregos:
* Os acordes maiores são: Jônio (I grau), Lídio (IV grau) e Mixolídio (V grau). Os acordes menores são: Dórico (II grau), Frígio (III grau), Eólio (VI grau) e Lócrio (VII grau). São maiores ou menores em função de sua terça.
Bom, agora vamos nos lembrar do seguinte: Vamos analisar os modos sob o prisma dos acordes: Bom, para facilitar, vamos comparar os maiores com o jônio e os menores com o eólio, por serem as escalas naturais maior e menor.
Jônio – Possui tônica, terça maior, quarta justa, quinta justa, sexta maior e sétima maior.
Eólio – Possui tônica, terça menor, quarta justa, quinta justa, sexta menor e sétima menor.
Agora vamos comparar com o resto dos modos?
Dórico – Possui terça menor, e sexta maior (se compararmos com a escala natural menor – eólio).
Frígio – Possui a terça menor, e a segunda bemol (se compararmos com a escala natural menor – eólio).
Lídio – Possui a terça maior, a quarta aumentada e a quinta justa (se compararmos com a escala natural menor – eólio).
Mixolídio – Possui a terça maior e a sétima menor (se compararmos com a escala natural maior – jônio).
Lócrio – Possui a terça menor, a segunda bemol, a quarta justa e a quinta bemol (se compararmos com a escala natural menor – eólio).
Já dá pra distinguir quais são os maiores e os menores e suas respectivas sétimas.
Porque sétimas? É importante distinguir as sétimas, pois são os acordes mais utilizados. Não que não existam acordes com sexta e afins, mas os mais comuns e os mais usados são acordes com sétima. Agora, vamos botar a mão na massa!
Se você quiser criar uma base (ou também chama, progressão de acordes) onde a tonalidade é Jônio, você irá começar pelo primeiro grau. Exemplo: Dó Jônio: Analise a escala e retire dela quaisquer notas SEM SER A DO TOM LOGICAMENTE – que servirão para você fazer a base. Vamos utilizar o mi, o fá e o sol, como exemplo.
Bom, já sabemos o que? Que os modos maiores são: I(Jônio) IV(Lídio) e V(Mixolídio) e os menores são: II(Dórico) III(Frígio) VI(Eólio) e VII(Lócrio).
O Dó é o primeiro grau (I) da escala (por ser o tom)Dó! Por ser o primeiro grau, usaremos o Jônio propriamente dito! O Jônio possui a terça maior e a sétima maior.
C7M – Dó maior com sétima maior
Dó, Ré, Mi. O mi é o terceiro grau da escala, e o terceiro grau qual é? É o frígio! O frígio possui a terça menor e a sétima menor certo? Então vamos começar nossa progressão de acordes?
Em7
E porque não tem um “m” depois do 7? O sétimo grau do frígio não é menor? Sim! Mas, no caso das sétimas é um pouco diferente. Quando está apenas uns “7” significa que essa sétima é menor. Se tiver somente o acorde, sem nada (ex.: G, A...) significa que tal acorde é maior. Se tiver um “m” depois do acorde (ex.: Gm, Am...) significa que tais acordes são menores. No caso da sétima é ao contrário. Se os “7” estiverem sozinhos, quer dizer que a sétima é menor. Se os “7” estiverem acompanhados de um “M” (7M) significa que tal sétima é maior.
Em – mi maior
Vamos prosseguir?
Dó, Ré, Mi, Fá” O fá é o quarto grau certo? Então concluímos que se trata do lídio. O lídio possui a terça maior e a sétima maior.
E7M – lembram do dito acima? Apenas “E” significa que o acorde é maior. Neste caso, temos um “M” acompanhando o 7. Então, de acordo com o aprendido, tal sétima é maior.
F7M – Fá com sétima maior.
Dando continuidade:
Dó, Ré, Mi, Fá, Sol! O sol é o quinto grau certo? Então, pelo fato do tom de nossa futura base ser jônio, o sol é o quinto grau, ou seja, o mixolídio. Tal modo possui a terça maior e a sétima menor.
G7 – Sol maior com sétima.
Pois existe apenas o “G” não acompanhando o “m” que significaria que o sol seria menor; e somente o “7” que significa que tal sétima é menor, pois a sétima é uma excessão a essa regra lembra?
Pronto! Nossa base ficou assim?
|C7m Em7 | F7M G7 | TOM – Jônio.
Acordes dessa progressão?
Dó maior com sétima maior
Mi menor com sétima menor
Fá maior com sétima maior
Gol maior com sétima menor (CURIOSIDADE: Este acorde é muito usado em blues)
Se não quiserem usar a sétima não usem. É interessante deixar explícito a sétima. Se quiserem usar usem, se não, não usem. Podem fazer somente bordões, acordes completos com tônica, terça, quinta, e sétima (TÉTRADES), acordes com tônica e terça somente, com tônica e sétima, com tônica, terça e quinta (analisar quais graus possuem quinta justa e quais possuem quinta bemol e etc)
Concluindo?: Viram porque é besteira aplicar a escala correspondente ao acorde? No final das contas as notas são iguais. Aplique a escala do tom que é dó jônio.
Outro exemplo:
Ré lídio: As notas do ré lídio são: D, E, F#, G#, A, B, C#
Agora vamos escolher algumas notas para serem os acordes da nossa base. Logicamente que a primeira nota do nosso acorde vai ser o D, pelo nosso tom ser lídio. Vamos escolher o F#, o E, e o G#. Vamos começar!
Muito cuidado. No exemplo de dó, nós usamos o tom de jônio, ou seja, o primeiro grau. Neste caso usaremos o tom lídio, ou seja, o quarto grau; então começaremos a contar do IV grau. Pelo fato do tom ser Lídio, o ré tem a terça maior e a sétima maior D7M – ré maior com sétima maior.
Ré, Mi, Fá sustenido! Quarto (IV), quinto (V), sexto(VI) o fá sustenido é o sexto grau do Campo Harmônico de ré lídio, ou seja, o eólio! Pois bem, o eólio possui a terça e sétima menores certo? Correto! Então ficará assim: F#m7 – Fá sustenido menos com sétima menor.
Ré, Mi! Quarto (IV), quinto (V)! O mi é o quinto grau, ou seja, o mixolídio! Bom, o mixolídio possui a terça maior e a sétima menor. Então ficará assim: E7 – Mi menor com sétima menor.
Ré, Mi, Fá sustenido, sol sustenido! Quarto (IV), quinto (V), sexto (VI) sétimo (VII) ou seja, o lócrio! Que possui a quinta bemol! (Muitas tablaturas ou partituras a sinalizam como uma bolinha cortada ao meio, na horizontal, bem pequena. (ao lado do acorde em questão).
Teoricamente chamamos esse acorde (o acorde referente ao grau lócrio), como acorde meio diminuto. Ficará assim:
G#m7 5b – Sol sustenido menor com sétima menor e quinta bemol.
Difícil? Que nada! É só decorar que os acordes lócrios (sétimo grau) são chamados de meios diminutos, e é por isso que devemos explicitar que a quinta dele é bemol. Pronto! Nossa progressão ficou assim:
|D7M(IV) F#m7(VI) |E7(V) G#m7 5b(VI)|
Para melhor visualização, coloquei os graus respectivos aos acordes entre parênteses. O tom dessa nossa progressão é Ré Lídio, pois começa pelo quarto grau!
Importantíssimo: Lembre-se; se você escolher uma tonalidade sem se a jônio, para fazer suas progressões, dependendo do grau, você deve começar contando por ele. Ex.: Dó mixolídio. Você deve lembrar que a tônica do mixolídio, por ser mixolídio, é o V (quinto grau). Em virtude disso, como foi o caso do lídio que acabamos de fazer, o primeiro acorde necessariamente terá de ser o mixolídio, neste caso, o Dó. Se o segundo acorde de sua progressão for o ré, este será respectivo ao eólio, por ser o VI grau... E por aí vai...
Ilustração do dito acima – C7(V) Cm7(VI)... Tom: Dó mixolídio – Coloquei o grau correspondente entre parênteses para melhor visualização.
Agora, já sabemos fazer progressões! Agora, você já sabe que não é uma boa idéia você aplicar a escala referente ao acorde, na hora de solar. Pois TUDO o que foi feito, foi a partir de uma escala; que é a do tom. Então, deve-se solar em cima da escala do tom.
IMPORTANTE: VALE LEMBRAR QUE NÃO MUDAMOS DE TOM EM NENHUMA HIPÓTESE. TODAS AS PROGRESSÕES FORAM ORIUNDAS DO TOM ESCOLHIDO.
Mas, que modo escolher para o tom da progressão? Leve em consideração o dito acima; sobre a sonoridade dos modos. Se você quer uma música com sonoridade do mixolídio, escolha notas, para seu acorde, que dizem respeito a peculiaridade do mixolídio; que é a sétima menor. É o que o diferencia da sua escala-mãe, o jônio! Ambos são modos maiores (e consequentemente, serão acordes maiores) porém, só o fato do mixolídio possuir a sétima menor, a sonoridade diferencia muito da do jônio! Então, dê ênfase (ou na hora do solo ou na própria base) a essa sétima menor, que é a peculiaridade do mixolídio; assim, seu solo, sua base, soará como mixolídio!

4 comentários:

  1. Olá! Nossa, que blog incrível! Eu nunca vi um tópico tão completo sobre Modos Gregos, você explicou tudo perfeitamente e agora finalmente consegui tirar minhas dúvidas no que eu sempre tive dificuldade, muito obrigado mesmo!

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  2. Creio que aquela música de abertura de Linha Direta, com uma sonoridade tensa e angustiante, seja modo Lócrio.

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  3. Muito bem explicado, me tirou várias dúvidas

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  4. muito obrigado amigo,boa explicação

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